9 de Julho
Feriado Civil em Memória dos
Veteranos de 1932
Nesse sábado dia 9 de Julho, é feriado no Estado de São Paulo por força da Lei nº 9.497, de 5 de março de 1997, que instituiu o feriado civil em memórias dos Veteranos que lutaram em 1932 para entendermos sua importância temos que voltar na historia relembrando a década de 30, época que eclodia a revolução constitucionalista de 1932.
A Revolução Constitucionalista de 32 aconteceu um pouco antes, no ano de 1930. Chamada de “Revolução de 30”, ela foi liderada por políticos e militares que tiraram o então presidente Washington Luís do poder e colocaram Getúlio Vargas em seu lugar.
Esta revolução marcou o fim da República Velha, quando o país era governado pelos grandes fazendeiros de café de Minas Gerais e São Paulo, e deu início à “Era Vargas”, que durou 15 anos. Mas, tão logo sentou na cadeira de presidente, Getúlio Vargas fez uma coisa que desagradou a muitos brasileiros: ele deu amplos poderes para si e aboliu o Congresso e as Câmaras Municipais, que faziam as leis. Ele também demitiu os governadores dos Estados e colocou “interventores” em seus lugares. O pior é que, antes disso, Getúlio Vargas havia declarado que o país precisava de uma nova Constituição.
Mas, dois anos depois de assumir o poder, Vargas não havia tomado nenhuma providência neste sentido.
As atitudes do presidente geraram grande insatisfação. Em maio de 1932 foi realizado um comício, reivindicando uma nova Constituição para o Brasil. A manifestação foi reprimida pela polícia e terminou em conflito armado.
Quatro jovens morreram: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Em homenagem a eles, o movimento constitucionalista passou a se chamar MMDC, sigla formada pelas iniciais de seus nomes.
Dois meses mais tarde, justamente no dia 9 de julho de 1932, explodiu a revolta dos grupos constitucionalistas. Lideradas por Isidoro Dias Lopes, as tropas dos rebeldes ocuparam as ruas de São Paulo.
A população saiu às ruas para apoiar a revolução. Mas o governo federal tinha armas melhores e mais soldados. Até aviões eles usaram para bombardear cidades do interior paulista.
Campinas foi bombardeada por aviões federais em um desses bombardeios o menino Aldo Chioratto de 9 anos de idade escoteiro e mensageiro do exercito constitucionalista foi atingido por 13 estilhaços de granada que explodiu próximo a ele ferindo mortalmente.
A revolução continuava por varias cidades, o movimento MMDC mobilizou cerca de 100 mil homens, sendo a maioria representante da classe média. Organizaram-se em frentes de combate e se posicionaram nas divisas de São Paulo com Minas Gerais, com o Paraná e no Vale do Paraíba.
Os paulistas aguardaram o apoio de outros estados, o que não aconteceu.
O levante se estendeu até o dia 2 de outubro de 1932, quando os revolucionários perderam para as tropas do governo, tendo que se render. Este foi o maior confronto militar que aconteceu no Brasil no século XX.
Apesar da grandeza da revolução, somente dois anos depois, em 1934, o povo conseguiu eleger uma assembleia para promulgar uma nova Constituição do país, dando início a um processo de democratização.
Sinal de que o sangue paulista não foi derramado em vão.
O povo paulista em reconhecimento ao heroísmo dos soldados e também aos quatro jovens construiu um monumento em homenagem a esses bravos guerreiros.
Para perpetuar aquela data criou-se obelisco do Ibirapuera, que serve de mausoléu para seus corpos, e simboliza uma espada fincada, ferindo o coração do Estado de São Paulo.
Ainda hoje varias honrarias são entregues a pessoas físicas ou jurídicas nacionais ou estrangeiras que cultuam o nome e os feitos dos soldados que lutaram por uma nova constituição. Essas homenagens são uma forma definitiva de perpetuar a gratidão e o reconhecimento, para todo o sempre, dos que cumpriram esta jornada cívica para com aqueles que, hoje e no futuro, continuarem abraçando os mesmos ideais de democracia, liberdade e amor à legalidade pelos quais se bateram os heróis e Veteranos de 32.