terça-feira, 24 de maio de 2016

23 DE MAIO

DIA DO SOLDADO CONSTITUCIONALISTA


Você tem um dever a cumprir!


Descontentes com as medidas centralizadoras do Governo Federal, a elite paulistana, apoiada pelas classes médias urbanas, já havia derrubado três interventores nomeados para o estado. Mesmo com a promulgação do novo código eleitoral em março de 1932, o movimento oposicionista, liderado pela Frente Única Paulista – uma coligação formada pelo Partido Republicano Paulista (PRP) e pelo Partido Democrático (PD) – não confiou no compromisso assumido por Getúlio Vargas.




Não estavam mais dispostos a negociar e, assim, as manifestações públicas de protesto passaram a ser constantes. Considerado como marco fundamental da revolução constitucionalista, foi o incidente de 23 de maio o que deu origem ao movimento batizado como MMDC, sigla ligada aos nomes dos jovens – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – que tombaram durante confronto com grupos governistas.



No início, era apenas mais um comício pela autonomia regional e princípios liberais defendidos por São Paulo, traduzido em um movimento pela reconstitucionalização do país.



Após o evento, um grande grupo saiu em passeata em direção à sede dos partidos governistas – Liga Revolucionária Paulista e Partido Popular Paulista (PPP) – depredando símbolos da então recente revolução de 1930 e destruindo instalações de jornais que apoiavam o governo, em um movimento descoordenado.

Os governistas revidaram atirando na multidão, causando a morte dos quatro estudantes e ferindo um quinto, Alvarenga, que viria a falecer meses depois.

As mortes em praça pública serviram para acabar com as poucas diferenças partidárias ainda restantes. A “causa da Constituição” ganhara seus primeiros mártires. Esse foi o estopim para o início do movimento revolucionário armado, utilizado à exaustão como propaganda durante todo o conflito e depois dele.



A sigla formada pelos nomes dos estudantes mortos se tornara sinônimo do sacrifício por São Paulo e, a partir de então, era o “MMDC” que conclamava os soldados à batalha; as “esposas, mães e irmãs” ao trabalho voluntário na confecção de uniformes, ou como enfermeiras;



os jovens a trabalharem na fabricação de capacetes e armamentos, entre outras atividades;
e as crianças eram incentivadas a se organizarem em “batalhões” mirins.


Muito importante ainda foi a participação de toda a população na contribuição financeira por meio de doações. Campanhas como a do “Ouro para o bem de São Paulo” levaram à doação de enorme quantidade de objetos, tais como alianças de casamento, para o esforço de guerra. Era grande o número de cartazes com dizeres como “ouro é vitória”, “dae vosso ouro como nós damos nosso sangue”.


Os “moços” mortos em praça pública eram o símbolo da unidade regional, fazendo desaparecer os conflitos internos em nome da “causa maior paulista” contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Eram os exemplos do mítico “espírito bandeirante” dos paulistas.




domingo, 8 de maio de 2016

Chefe José dos Santos Marques 
“Zé Lamparina”



Faleceu hoje, 08/05/2016, em nossa cidade o chefe escoteiro mais antigo do Brasil, José dos Santos Marques.

Nascido na cidade de Campinas no dia 07 de julho de 1915 o Chefe Zé neste ano de 2016 completaria 87 (oitenta e sete) anos de escotismo, iniciou no movimento em 1929 e nunca mais saiu. 

Iniciou sua vida escoteira em 1929 na “Associação de Escoteiros Católicos Nossa Senhora da Conceição” onde ficou por alguns anos e posteriormente para que os jovens que não fossem católicos pudessem participar do escotismo fundou junto com o Chefe Julio Silva o Grupo Escoteiro Ubirajara e lá ficou até 1942, quando foi convidado pelo Esporte Clube Mogiana para fundar o Grupo Escoteiro Mogiana, que iria funcionar nas dependências do Clube, tendo ficado lá até 1972, quando o Clube Mogiana foi desativado e em conseqüência também o Grupo Escoteiro. Nesta data o Chefe Zé veio para o Grupo Escoteiro Craós – 195/SP a convite da Diretoria do Circulo Militar de Campinas para substituir o seu Chefe de Grupo que havia falecido, e esta no Grupo Escoteiro Craós até a presente data, onde desempenhou a função de Diretor Técnico durante muitos anos. Apesar de seus mais de 100 (cem) anos de vida se manteve física e mentalmente capaz, participando das atividades do Grupo, dentro de suas limitações. 

Sempre foi elemento de destaque no meio escoteiro de Campinas. Durante este tempo de escotismo teve oportunidade de muitas ações filantrópicas, religiosas, cívicas e até guerreiras, pois participou como escoteiro da Revolução Constitucionalista de 1932 onde desempenhou a função de estafeta, ajudando no apoio logístico, nas dispensarias dos hospitais, na entrega de correspondências e até na perigosa função de guia de tropas que se deslocavam na região de Campinas. Por essas ações foi reconhecido e condecorado pelo Governo Paulista. 

Ferroviário aposentado trabalhou nas oficinas da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. 

Já foi considerado o mais antigo escoteiro do Brasil em atividade, e nós achamos que talvez seja do mundo. 

Durante seu tempo no movimento, participou de diversos cursos de formação de adultos para todas as seções, participou sempre de grandes eventos escoteiros tanto nacionais como internacionais e recebeu varias condecorações escoteiras, Medalha de Bons Serviços-Prata em 1964, Medalha De Valor- Prata em 1982, Medalha Bons Serviços-Ouro em 2003, Medalha "Velho Lobo" (cinqüenta anos de dedicação ao movimento escoteiro). Sendo um exemplo para os nossos jovens pela sua tenacidade, perseverança, bondade e conhecimento. Já foi considerado o mais antigo escoteiro do Brasil em atividade, e nós achamos que talvez seja do mundo. 

É um orgulho para nós do Grupo Escoteiro Craós tê-lo conosco e é um dos símbolos do escotismo em Campinas. Grupo Escoteiro Craós-195-SP.


O funeral será dia 09/05/2016 ás 14h no Cemitério da Saudade.



Colaboração:
Pedro Paulo Carmim de Oliveira
Grupo Escoteiro Craós-195-SP.